Defice cognitivo ligeiro. O que é e ultimas recomendações

O defeito cognitivo ligeiro (DCL) pode ser definido como um estado intermédio entre o declínio cognitivo que é expectável com o envelhecimento e o mesmo declínio mais grave que se verifica nas demências. Pode envolver problemas com a memória imediata , linguagem, raciocínio e capacidade de decisão. Regra geral e no que o distingue das demências, os indivíduos afetados, mantém total independência nas atividades de vida diária.
Os dados epidemiológicos mais recentes apontam para que 20 a 25% dos indivíduos com mais de 65 anos de idade sofrem de DCL. Entre estes, 30% irão desenvolver no futuro síndrome demencial.
Na avaliação de indivíduos com DCL é imperioso que sejam investigadas causas potencialmente tratáveis, como é o caso da depressão, problemas relacionados com o sono, efeitos secundários de medicações, acidentes vasculares cerebrais e outras doenças médicas em geral.
Até á data não há nenhum medicamento aprovado para o DCL. Muitos neurologistas sugerem a utilização de alguns medicamentos aprovados para o tratamento da Demência de Alzheimer, mas é necessário ter em conta que estas recomendações são estritamente off-label.
Segundo as ultimas recomendações emanadas pela Academia Americana de Neurologia, apenas o exercício físico e a estimulação cognitiva quando esta intervenção é feita em grupo, parecem ter um efeito terapêutico.
Encontram-se a decorrer neste momento vários ensaios clínicos a nível mundial, com a participação portuguesa nalguns casos, para se determinar a utilidade de novos fármacos no tratamento do DCL e na prevenção da evolução para o síndrome demencial.