Tabagismo e risco de acidente vascular cerebral

Embora seja pratica corrente recomendar a cessação tabágica num doente que tenha tido um acidente vascular cerebral, existe pouca informação quanto ao real impacto que tal medida pode ter. Um estudo realizado em 3876 doentes vitimas de acidente vascular ou acidente isquémico transitório, publicado na Neurology em 2017, revelou que o risco de novo acidente vascular cerebral ao fim de 5 anos, era de 22% nos doentes que continuaram a fumar e de 16% nos que pararam, o que corresponde a uma redução de risco de 34%. O risco de morte por cancro do pulmão foi igualmente superior nos doentes que continuaram a fumar quando comparado com o risco nos que pararam (21 vs 7). O resultado obtido com a cessação tabágica demonstrado neste estudo, coloca-a ao mesmo nível de importância de outras estratégias terapêuticas recomendadas após um acidente vascular cerebral, como a terapêutica com anti-hipertensivos, antidiabéticos, uso de estatinas e antiagregantes, nomeadamente a aspirina.
Igualmente importante, este estudo reforça que os benefícios da cessação tabágica, começam a verificar-se logo a partir do primeiro ano.